A cena da pós-memória. O presente do passado na Europa pós-colonial reúne um conjunto de contributos da autoria de investigadores e investigadoras associados/as ao projeto "MEMOIRS - Filhos de Império e Pós-Memórias Europeias", traçando uma primeira cartografia global dos temas que nortearam este projeto. As duas partes em que a obra se divide representam as duas vertentes essenciais da investigação produzida: por um lado, em íntima ligação com o enquadramento teórico dos casos em análise, um processo de clarificação concetual tendente a precisar os contornos, desde logo, do próprio conceito de pós-memória, mas, igualmente, de um conjunto de noções diretamente relevantes para uma caracterização articulada das principais linhas de força que estruturam o campo das memórias pós-coloniais; por outro lado, a investigação empírica, baseada em vasta pesquisa documental agregada numa extensa base de dados que ficará livremente acessível, mas estruturada, igualmente, a partir de um grande número de entrevistas realizadas nos três países em análise: Portugal, França e Bélgica. Com textos de: António Pinto Ribeiro, António Sousa Ribeiro, Bruno Sena Martins, Ettore Finazzi-Agrò, Fátima da Cruz Rodrigues, Felipe Cammaert, Fernanda Vilar, Graça dos Santos, Margarida Calafate Ribeiro, Paulo de Medeiros e Roberto Vecchi.
2016, Porto: Afrontamento Geometrias da Memória: configurações pós-coloniais reúne um conjunto de ensaios que, partindo de perspetivas diversas e situando-se no cruzamento de diferentes áreas disciplinares, aborda temas relevantes para uma análise do modo como constelações do passado, nomeadamente do passado colonial, se projetam no presente de um modo que, em aspetos decisivos, condiciona esse presente: na forma de conceber a relação com o outro, na arquitetura das relações de poder, na persistência de formas de violência, nas dinâmicas através das quais o campo político e cultural procura construir uma reflexão virada para a construção de um futuro que não constitua uma repetição do passado. Comum a todas as abordagens é a perspetiva do contemporâneo: os diferentes contextos históricos e os diferentes casos analisados foram escolhidos a partir da sua relevância para um presente concebido, não como simples atualidade, mas sim como um tempo denso atravessado por tensões que só são compreensíveis do ponto de vista da longa duração histórica.
Apesar da abundância de estudos produzidos nas últimas décadas, muitos deles de importância relevante, a questão da violência continua a ser um dos problemas mais complexos e mais esquivos do universo contemporâneo. Modos de definição demasiado estreitos - por exemplo, os que só vêem violência quando há agressão física -, não apenas são manifestamente incapazes de captar a complexidade de processos muitas vezes difusos, ocultos na escala micro das relações quotidianas, como, mais do que isso, representam eles próprios uma forma de exercício da violência, pelo efeito de invisibilização que produzem. Só uma reflexão ampla e transdisciplinar poderá levar ao desenvolvimento de modelos teóricos e quadros de análise adequados a uma compreensão global dos processos de violência no mundo contemporâneo e, por outro lado, suscetíveis de fornecer os instrumentos indispensáveis a uma abordagem suficientemente atenta às especificidades contextuais. Uma tal reflexão obriga a equacionar o tema da violência em conjunto com conceitos centrais para a discussão contemporânea, como os de agressão, poder, autoridade, soberania, conflito, guerra, trauma, memória e representação.
Os contributos para o presente volume debruçam-se, de perspetivas diferentes e a partir de contextos distintos, sobre alguns aspetos de uma questão que o universo da política, da cultura e das artes no século XX coloca com particular acuidade: no mundo contemporâneo, o problema da representação da violência tornou-se indissociável do problema da violência da representação. Sendo assim, o espaço do(s) discurso(s) torna-se ele próprio um espaço de negociação e de conflito, marcado por ambivalências que urge analisar na sua complexa especificidade.
2008 | Bern: Verlag Peter Lang A história completa do modernismo está ainda por escrever. Este conjunto de ensaios acrescenta uma página importante a esta história complexa e inconclusiva feita de fluidezes e hibridações ao problematizar a sequência linear do modernismo ao pós-modernismo.
Este livro explora as muitas facetas do modernismo num conjunto de ensaios escritos por um grupo internacional de investigadores. O livro põe em questão a tradição literária ocidental em muitas das suas confluências transcontinentais e trans-hemisféricas. A crítica ao 'alto modernismo' é colocada em perspetiva com discussões sobre o 'modernismo reaccionário' alemão, o 'modernismo social' e as 'artes menores' americanas, a 'modernidade baudelairiana' de meados do século XIX e as expansões sem precedentes dos próprios conceitos de modernidade e modernismo.
Dialogando com o mais recente alargamento geográfico, transnacional e global do conceito de modernismo no tempo e no espaço (desde a "Passagem Atlântica" às culturas emergentes do século XXI, da Europa à América, África e Ásia), o volume abrange um vasto leque de campos e perspectivas translocais, transtemporais, literários, artísticos, culturais e sociais.
Este volume inclui um conjunto de estudos sobre a identidade da nação portuguesa, ou sobre as identidades nacionais e locais que de portugueses, ou com portugueses, se foram construindo ao longo dos tempos, num mundo em constante processo de globalização desde o século XV. Às múltiplas comunidades de pertença e de exclusão em que se foram tecendo essas identidades, correspondem fronteiras e diásporas, diferenças e discursos de diferença (étnica, sexual, regional, cultural, etc.). Os ensaios incluídos, assinados por autores que se reivindicam da antropologia, dos estudos literários, da linguística ou da sociologia, abordam o tema geral da obra a partir de orientações teóricas e perspectivas tão diversas como o colonialismo e o pós-colonialismo, a análise do discurso e o feminismo.
Colaboram neste volume: Adriana Bebiano, Ana Gabriela Macedo, Ana Luísa Amaral, António Sousa Ribeiro, Bela Feldman-Bianco, Boaventura de Sousa Santos, Clara Keating, Graça Abranches, Graça Capinha, Isabel Allegro de Magalhães, Jacinta Matos, José Manuel Mendes, Maria Irene Ramalho, Maria José Canelo, Maria Teresa Tavares, Nuno Porto, Susana Matos Viegas.
2020 - "The Silence of the Perpetrators, The (Post)colonial Museum as a Crime Scene", in Vicente Sanchez-Biosca et al. (org.), Crime Scenes and Sites of Memory. Berlim: De Gruyter.
2017 - "O cómico e a violência: a autoridade da vítima", in Isabel Caldeira et al. (org.), The edge of one of many circles: homenagem a Irene Ramalho Santos. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 449-462
2016 - "Reversos da modernidade: Colonialismo e Holocausto", in António Sousa Ribeiro; Margarida Calafate Ribeiro (org.), Geometrias da Memória: Configurações Pós-Coloniais. Porto: Afrontamento, 43-58