Pais Vazios. Corrupções da paternidade na literatura portuguesa

Philip Rotwell

2023 | Porto : Edições Afrontamento | Memoirs

Pais Vazios" analisa a peculiar e recorrente mobilização da figura paterna em textos literários portugueses desde o início do século XIX até ao presente. Neste volume, Phillip Rothwell defende a existência de uma tendência especificamente portuguesa para o que denomina a «paternidade vazia» – uma corrupção da função paterna lacaniana que desde o século XV tem continuamente aflorado na cultura portuguesa. Salientando os padrões de receção de figuras históricas como o Infante D. Henrique, D. Sebastião, Sidónio Pais e Salazar, Rothwell oferece um conjunto de inovadoras leituras de textos de Eça de Queirós, Almeida Garrett, Helder Macedo, António Lobo Antunes, José Régio, Gomes de Amorim, José Cardoso Pires e António Ferro. Rothwell revela como a contradição de uma paternidade assexuada que opera no âmbito nacional não é mais do que a faceta de uma função paterna desenfreada cujas demais deturpações implicam, em certas ocasiões, uma proibição excessiva e, noutras, a igualmente opressiva obrigação de fruir. O AUTOR. Philip Rothwell é professor catedrático de português, Cátedra Dom João II, na Faculdade de Línguas Medievais e Modernas, Universidade de Oxford. Especialista em literaturas e culturas de Portugal e da África Lusófona, é hoje uma referência nos estudos sobre o escritor moçambicano Mia Couto e sobre o autor angolano Pepetela. A sua investigação atual debruça-se sobre as escritoras no espaço literário angolano. É autor de Pepetela and the MPLA: The Ethical Evolution of a Revolutionary Writer e Leituras de Mia Couto: aspetos de um pós-modernismo moçambicano.

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EDUARDO LOURENÇO. UMA GEOPOLÍTICA DO PENSAMENTO

Margarida Calafate Ribeiro | Roberto Vecchi

2023 | Porto : Edições Afrontamento | Memoirs

A escrita de Eduardo Lourenço, a sua arte do pensamento, exige uma capacidade de leitura não primária ou estereotipada, reivindica uma epistemologia adequada. Não interessa de onde vem, mas tem de ser rigorosa. O paradoxo (ou a dificuldade) é que a heterodoxia enquanto texto, mesmo que indisciplinada, impõe uma disciplina de leitura sofisticada.
Com este pequeno contributo para a construção de uma “geopolítica do pensamento” de Eduardo Lourenço, queremos mostrar que a herança do ensaísta é essa: ler a obra com o cuidado, com a inteligência, com o entendimento do jogo subtil de deslocação dos sentidos, lê-la e, a partir dela, pensar.

Imagem de capa: Foto de Nuno Simão Gonçalves

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Slamizando nas periferias. A Pós-Memória Colonial em Paris, Lisboa e Bruxelas

Fernanda Vilar

2022 | Porto : Edições Afrontamento | Memoirs

As expressões artísticas das periferias são parte importante do cenário cultural das grandes capitais europeias, sendo o hip-hop um dos movimentos fundamentais que daí emergiram. A competição de poesia slam faz parte desse panorama e oferece aos artistas a possibilidade de «subir ao palco» e de se expressarem. Neste livro, estudo a poesia slam que aborda a transmissão da memória da colonização através da poesia, possibilitando a compreensão e definição de uma identidade múltipla e fluida de sujeitos herdeiros de um passado colonial francês, belga e português. A análise dos poemas escolhidos permite compreender que não há excepcionalismos coloniais e que os traumas e as feridas que existem até hoje possuem uma causa comum, a condição de colonizado, que se perpetua até aos nossos dias nas relações societais pós-coloniais. Cada poema é uma expressão da urgência de descolonizar para melhor vivermos as nossas diferenças num mundo cada vez mais cosmopolita.

Imagem da Capa: Dominique Barbot, Traços no calçadão, 2022 (cortesia da artista)

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Passados reapropriados: pós-memória e literatura

Felipe Cammaert

2022 | Porto : Edições Afrontamento | Memoirs

Passados reapropriados: pós-memória e literatura (2022) comenta a riqueza das representações literárias da pós-memória no contexto pós-colonial. Baseando-se numa seleção de escritores de Portugal, França e Bélgica, estudados no âmbito do projeto «MEMOIRS – Filhos de Império e Pós-Memórias Europeias», o livro interessa-se por algumas das temáticas comuns às escritas destes três países, em particular as questões da reencenação dos fantasmas e dos mitos coloniais nestas obras, assim como a reapropriação das memórias coloniais através de uma nova leitura das imagens e arquivos desse período. Igualmente, este ensaio debruça-se sobre as modalidades da configuração da pós-memória na literatura, e nomeadamente sobre a natureza da ligação que mantêm os sete autores escolhidos com o passado dos seus respetivos países. Este livro explora as situações específicas em que a memória do colonialismo é representada, na literatura, para além da existência de um vínculo biográfico entre o descendente escritor e o passado familiar, apelando assim a uma transmissão de tipo cultural. Em suma, Passados reapropriados: pós-memória e literatura pretende mostrar as dinâmicas e potencialidades do dispositivo narrativo para representar, na realidade espácio-temporal da ficção, as transferências intergeracionais do trauma colonial europeu.

Imagem da Capa: Mário Faria, alferes miliciano médico, Moçambique, 1968. © Arquivo privado de Paulo Faria. (Cortesia do escritor).

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Des-cobrir a Europa. Filhos de Impérios e pós-memórias europeias

Margarida Calafate Ribeiro | Fátima da Cruz Rodrigues

2022 | Porto : Edições Afrontamento | Memoirs

Des-cobrir a Europa – Filhos de Impérios e Pós-memórias Europeias revela-nos as memórias intergeracionais de filhos daqueles que viveram os dias finais do colonialismo e das lutas pela independência de territórios colonizados por Portugal, França e Bélgica. Neste arquivo de pós-memória, ecoam histórias de Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Argélia e Congo, através das palavras de trinta e sete cidadãs e cidadãos europeus, cujas narrativas e reflexões interrogam esse passado, as suas sombras e os seus silêncios, mas também exprimem as suas alegrias e realizações, no presente europeu. A partir destes registos pessoais, podemos seguir os fios que ligam as relações coloniais de outrora aos fenómenos contemporâneos das migrações, da nostalgia, do racismo, da discriminação ou da hipocrisia política das relações entre as antigas metrópoles colonizadoras e as antigas colónias. Por isso, são abordadas questões como cidadania, pertença, herança, mas também reparação, restituição e denúncia, gerando uma dialética intergeracional complexa e nova que recusa a prossecução da retraumatização, ao mesmo tempo que rejeita as lógicas do esquecimento. São olhares atentos a outros lados da história, necessariamente subjetivos e plenos de experiências alheias, geradoras de múltiplos laços afetivos, familiares e políticos, que contribuem para iluminar e compreender o presente europeu e as ligações entre Europa e África.

A fechar, um texto do escritor português Paulo Faria, que nos desafia para novas constelações de memórias europeias e sugere outras interrogações.

Imagem da capa: Aimé Mpane (cortesia do artista)
 

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Enfants d’Empires coloniaux et postmémoires européennes

Margarida Calafate Ribeiro | Fátima da Cruz Rodrigues

2022 | Paris : Presses universitaires de Paris Nanterre Collection « La langue portugaise en cultures »

Enfants d’Empires coloniaux et postmémoires européennes révèle les souvenirs intergénérationnels des enfants de ceux qui ont vécu les derniers jours du colonialisme et les luttes pour l'indépendance dans les territoires colonisés par la Belgique, la France et le Portugal. Dans ce recueil de postmémoires, des récits d’Algérie, du Congo, d'Angola, du Cap-Vert, de Guinée-Bissau, du Mozambique et de São Tomé-et-Príncipe résonnent à travers les mots de trente-sept citoyen(ne)s européen(ne)s, dont les histoires et les réflexions interrogent ce passé, ses ombres et ses silences, mais expriment aussi ses joies et ses accomplissements dans le présent européen. À partir de ces mémoires personnelles, nous pouvons tisser les fils qui associent les relations coloniales du passé aux phénomènes contemporains de migrations, de nostalgie, de racisme, de discrimination ou d'hypocrisie politique des relations entre les anciennes métropoles colonisatrices et les anciennes colonies. Dès lors, des questions telles que la citoyenneté, l'appartenance, l'héritage, mais aussi la réparation, la restitution et la dénonciation sont abordées, produisant une dialectique intergénérationnelle complexe et nouvelle qui refuse de poursuivre la retraumatisation, tout en rejetant les logiques de l'oubli. Ce sont des regards attentifs sur d'autres versants de l'histoire, forcément subjectifs et riches du vécu des autres, générateurs de multiples liens affectifs, familiaux et politiques, qui contribuent à éclairer et à comprendre le présent européen et les liens entre l'Europe et l'Afrique.
Pour finir, un texte de l'écrivain portugais Paulo Faria nous interpelle vers de nouvelles constellations de mémoires européennes et suggère d'autres questions.

Imagem da capa: Aimé Mpane, 9 Portraits, série Kinoct, 2011 (cortesia do artista).

 

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Europa Oxalá - Livro de Ensaios

Vários Autores

2021 | Porto : Edições Afrontamento | Memoirs

"Numa cenografia notável concebida por Joris Lipsch e Studio Matters, Europa, Oxalá reúne uma selecção muito interessante de obras de cerca de vinte artistas e intelectuais europeus cujas origens familiares se encontram nas antigas colónias (Congo, Angola, Guiné, Benin, Argélia, Madagáscar...). A relevância das obras seleccionadas, uma exposição subtil e dinâmica e uma cenografia discreta mas muito eficaz dão a Europa, Oxalá um poder espantoso para servir o propósito dos curadores, sem produzir um discurso excessivamente didáctico. Com delicadeza, Europa, Oxalá deixa espaço para a expressão de cada artista e as emoções dos visitantes". [in Cision, 25.11.21]

"Falam crioulo, árabe, wolof ou lingala em casa, francês ou português em público. Alguns estão perto das suas comunidades de origem. Outros distanciaram-se. Estes vinte e um artistas são parte integrante de uma Europa cujos contornos  tentam definir na exposição Europa, Oxalá, actualmente em exposição no MuCEM em Marselha.....Originalmente planeada para Tervuren, finalmente começou em Outubro de 2021 em Marselha. Uma cidade que, no final de Novembro, não acolheu Eric Zemmour. Quando o candidato de extrema-direita afirma a intenção de abolir o direito à terra e o direito de asilo, quando Marine Le Pen grita pela "preferência nacional", Europa, Oxalá soa como um hino ao viver em comum". [in Le Monde, 13.1.2022]

Ensaios de: Amzat Boukari-Yabara, António Pinto Ribeiro, António Sousa Ribeiro, Ariella Aïsha Azoulay, Cécile Bourne-Farrell, Christine Bluard et Bruno Verbegt, Fabienne Bideaud, Lisette Lombé, Margarida Calafate Ribeiro.

Este livro está disponível em português, francês, inglês e neerlandês.

 

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Europa Oxalá - Catálogo

Vários Autores

2021 | : Edições Afrontamento | Memoirs

EUROPA OXALÁ é um ambicioso projeto expositivo que se tornou possível graças à participação de artistas europeus de segunda e terceira geração que, por motivos familiares ou outros, têm mantido uma ligação com o continente africano. Proposto pelo Mucem (França), Museu Real da África Central – AfricaMuseum (Bélgica), Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e Fundação Calouste Gulbenkian (França e Portugal), este projeto nasceu da convicção de que as obras destes artistas são a expressão de uma Europa heterogénea e cosmopolita e podem ajudar-nos a compreender as transformações sociais e artísticas em jogo.

 

Artistas: Aimé Mpane, Aimé Ntakiyica, Carlos Bunga, Délio Jasse, Djamel Kokene-Dorléans, Fayçal Baghriche, Francisco Vidal, Josèfa Ntjam, Katia Kameli, Malala Andrialavidrazana, Márcio Carvalho, Mohamed Bourouissa, Mónica de Miranda, Nú Barreto, Pauliana Valente Pimentel, Pedro A.H. Paixão, Roland Gunst [John K. Cobra], Sabrina Belouaar, Sammy Baloji, Sandra Mujinga, Sara Sadik.

Imagem da capa: Sabrina Belouaar, Dada, 2018, (cortesia de Mohamed Bourouissa).

 

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A cena da pós-memória. O presente do passado na Europa pós-colonial

António Sousa Ribeiro

2021 | Porto : Edições Afrontamento | Memoirs

A cena da pós-memória. O presente do passado na Europa pós-colonial reúne um conjunto de contributos da autoria de investigadores e investigadoras associados/as ao projeto MEMOIRS - Filhos de Império e Pós-Memórias Europeias, traçando uma primeira cartografia global dos temas que nortearam este projeto. As duas partes em que a obra se divide representam as duas vertentes essenciais da investigação produzida: por um lado, em íntima ligação com o enquadramento teórico dos casos em análise, um processo de clarificação concetual tendente a precisar os contornos, desde logo, do próprio conceito de pós-memória, mas, igualmente, de um conjunto de noções diretamente relevantes para uma caracterização articulada das principais linhas de força que estruturam o campo das memórias pós-coloniais; por outro lado, a investigação empírica, baseada em vasta pesquisa documental agregada numa extensa base de dados que ficará livremente acessível, mas estruturada, igualmente, a partir de um grande número de entrevistas realizadas nos três países em análise: Portugal, França e Bélgica.

Ensaios de: António Pinto Ribeiro, António Sousa Ribeiro, Bruno Sena Martins, Ettore Finazzi-Agrò, Fátima da Cruz Rodrigues, Felipe Cammaert, Fernanda Vilar, Graça dos Santos, Margarida Calafate Ribeiro, Paulo de Medeiros e Roberto Vecchi.

Imagem da capa: Márcio Carvalho, "Falling Thrones, Estátua: Rei D. João I, Atleta: Josina Muthemba Machel", 2019, (Tinta micro pigmentada e acrílico sobre papel, 160 X 150 cm) (cortesia do artista).

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Novo Mundo - Arte Contemporânea no Tempo da Pós-Memória

António Pinto Ribeiro

2021 | Porto : Edições Afrontamento | Memoirs

Novo Mundo - Arte Contemporânea no Tempo da Pós-Memória (2021) é um livro sobre obras e sobre artistas que praticam diversas linguagens e géneros artísticos - do cinema à música, das artes visuais ao teatro, à dança e à fotografia. Têm em comum memórias que lhes foram transmitidas pelos pais e avós de origem africana, memórias diferidas e apropriadas segundo cada um e que, hoje, constituem parte da matéria das suas obras. São por isto designados artistas na condição de pós-memória. Atualmente abrangem duas gerações de artistas que protagonizam muito do que é pertinente, ousado, expressivo e crítico nas artes europeias contemporâneas.

Pela natureza das suas obras, estes artistas são portadores de um presente tão inovador quanto urgente e a sua presença transnacional e transterritorial transporta consigo uma energia combativa face às heranças do colonialismo e ao racismo, a par de clamarem pela urgência de descolonização dos cânones e pela necessidade de uma re-escrita das histórias de África e da Europa, e não só da História de Arte.


Imagem da capa: John K. Cobra, S/título, 2019 (técnica mista, madeira, silicone, metal)(cortesia do artista).


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Não dá para ficar parado. Música afro-portuguesa - celebração, conflito e esperança

Vítor Belanciano

2020 | Porto : Edições Afrontamento | Memoirs

Todos o sabemos. Existiu uma descolonização política em Portugal. Mas a descolonização de mentalidades continua por efetuar. Uma das formas de o refletir e questionar é através da música popular. Se existiu território onde tanto as conflitualidades, como as ambiguidades, ou as potencialidades, do pós-colonialismo, se refletiram foi esse. Valoriza-se a riqueza da mistura, até enquanto forma de afirmação para a Europa, mas também se perpetuam cronologias de tensão. O que não significa que a música não seja um fascinante lugar de experimentação social, gerador de visibilidades, incentivando discursos que abarcam urgências diversas.

Esta é uma história construída por inúmeros atores das segundas e terceiras gerações afrodescendentes, de General D aos Buraka Som Sistema, de Batida a DJ Marfox ou Dino d' Santiago, que nas duas últimas décadas foram capazes de desarrumar certezas, transportando novas experiências, praticando música para dançar, pensar e agir. Não dá para ficar parado.

Fotografia: Bruno Castanheira 

 

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Memória, Cidade e Literatura: De São Paulo de Assunção de Loanda a Luuanda, de Lourenço Marques a Maputo

Margarida Calafate Ribeiro e Francisco Noa (org.)

2019 | Porto : Edições Afrontamento | Memoirs

Todas as cidades têm a sua história. Também assim Luanda e Maputo. Luanda situada na costa atlântica, de influência arquitetónica e urbanística luso-brasileira; Maputo, situada à beira Índico, goza de outras influências que combinam África, Portugal e Ásia. O mundo destas cidades é particularmente misturado: nelas entrelaçam-se pluralidades e diversidades que envolvem seres, imaginários, objetos, temporalidades e espacialidades. O arcaico convive com o moderno, o progresso com o atraso e todas as épocas expressam e reclamam atenção histórica - a era pré-colonial, a ocupação costeira, o colonialismo moderno, a independência, o pós-colonialismo, o pós-guerra e a atualidade.

Ensaios de: António Pinto Ribeiro, Francisco Noa, Margarida Calafate Ribeiro, Nazir Ahmed Can, Nuno Simão Gonçalves, Phillip Rothwell, Rita Chaves, Roberto Vecchi, Sandra Inês Cruz, Tania Macêdo.

Imagem da capa: Gonçalo Mabunda, «O Homem-Reflexo», 2017 (soldagem com armas e metais desativados) (Cortesia da Jack Ball Gallery).

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Peut-on Décoloniser les Musées?

António Pinto Ribeiro

2019 | Paris : Fundação Calouste Gulbenkian - Delegação em França

A partir dos anos 60, o "déseurocentrismo" da produção do conhecimento e a revisão dos cânones e das epistemologias iniciadas com os Estudos Culturais a que se sucederam vários estudos do pós-colonialismo e de género, provocaram  uma revolução comparável à revolução copernicana. É nesse contexto que a epistemologia e a museografia se deslocaram para compreender que os museus, não são apenas colecções, mas dispositivos narrativos, confrontados na sua condição de terem que ser pós-coloniais.

Essa situação  obriga-nos a revisitar as narrativas e, no mínimo, a incorporar tensões entre histórias antigas e novas e a reflectir sobre como essas colecções e arquivos chegaram aos museus europeus e norte-americanos e, finalmente, a redefinir o conceito de museu à luz do "pan-africanismo" e do "pensamento ameríndio".


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Heranças Pós-Coloniais nas Literaturas de Língua Portuguesa

Margarida Calafate Ribeiro e Phillip Rothwell (org.)

2019 | Porto : Edições Afrontamento | Memoirs

No presente volume, escrito a muitas mãos, pretende-se mostrar as novas fases do estado da crítica das habitualmente designadas literaturas africanas de língua portuguesa ou, num sentido mais lato, das literaturas lusófonas. Começa-se por traçar os mapas destas literaturas a partir de curtos ensaios de longo fôlego. A segunda parte é dedicada aos recortes temáticos ou de autor destas literaturas e a última parte aborda os trânsitos destas escritas a caminho de uma fase pós-nacional e, por isso, é dada uma atenção concertada às diásporas.

Ambicioso projeto sem dúvida, mas necessário, hoje, no contexto do que, para uns, se tem vindo a designar como literaturas de língua portuguesa e, para outros, literaturas lusófonas.

Ensaios de: Inocência Mata, Francisco Noa, Tania Macêdo, Ana Cordeiro, Moema Parente Augel, Carmen Lucia Tindó Ribeiro Secco, Rita Chaves, Sílvio Renato Jorge, Dorothée Boulanger, José Luís Pires Laranjeira, Inês Nascimento Rodrigues, Sandra Inês Cruz, Alexandra Reza, Nazir Ahmed Can, Vincenzo Russo, Raquel Ribeiro, Roberto Vecchi, Fernanda Vilar, Margarida Calafate Ribeiro, Felipe Cammaert, Phillip Rothwell, António Pinto Ribeiro.

Imagem da capa: Nu Barreto, sem título,  2018 (cortesia do artista e da Galerie Nathalie Obadia, Paris).

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Geometrias da Memória: configurações pós-coloniais

António Sousa Ribeiro e Margarida Calafate Ribeiro (org.)

2016 | Porto : Edições Afrontamento | Memoirs

Na discussão contemporânea em torno de situações pós-coloniais, a dimensão da memória e da pós-memória tem vindo a assumir uma importância crescente. Geometrias da Memória: configurações pós-coloniais constitui o primeiro volume da coleção "Memoirs – Filhos de Império", que resulta de uma parceria entre a editora Afrontamento e o projeto de investigação “Memoirs: Filhos de Império e Pós-memórias europeias”, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, com financiamento do Conselho Europeu de Investigação (ERC, Consolidator Grant).

Ensaios de: Ana Paula Ferreira, António Pinto Ribeiro, António Sousa Ribeiro, Bruno Sena Martins, Catarina Martins, Fabrice Schurmans, Francisco Noa, Helder Macedo, Isabel Castro Henriques, João Paulo Borges Coelho, Júlia Garraio, Laura Padilha, Margarida Calafate Ribeiro, Miguel Bandeira Jerónimo, Paulo de Medeiros, Roberto Vecchi.

Imagem da capa: Creative Commons, «Old photos in a wooden box», 2016, (CC0)


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